A série ganha pontos em relação a outras com temas parecidos pelo fato de que sempre desenvolve um pouco a trama principal que guia o personagem chave. Enquanto em outras séries não temos uma trama central ou quando a temos, só são lembradas no começo e no fim da temporada, em White Collar a preocupação em trazer informações a respeito é sempre muito bem explorada, ainda que não crie todo o suspense que poderia criar.
Neal e Peter precisam de provas para a prisão de um mafioso responsável pelo desaparecimento de um agente do FBI, e para isso, contam com o apoio de um chinês, pai de uma simpática garotinha, e também dependem de um antigo disfarce de Caffrey como Nick Holden. A idéia de usarem um dos codinomes de Neal somou pontos positivos no conceito que a série tem comigo, pois me permitiu acreditar mais em toda a fama que o parceiro de Peter possui.
Peter, por sua vez, também conseguiu um grande destaque neste episódio ao lado da chinesinha Bai. Todas as cenas contracenadas com a garota ressaltaram um Peter sisudo, mal humorado e impaciente, características estas que fazem do personagem um ícone bastante cômico nos episódios.
Toda as atrapalhadas de Peter com o lance da meia trouxeram o tom leve de “episódio” e me divertiu bastante. Quando ele parou na porta do chinês eu jurava que ele não queria tirar o sapato por causa de chulé ou coisa do tipo, que seria bastante constrangedor; mas a surpresa revelada foi muito melhor e o deixou em uma situação indescritivelmente embaraçosa. É exatamente esse jeito ingênuo cute, sweet do Peter em relação à esposa que me faz gostar tanto dele e nem ligar para a falta de demonstrações de que ele é um agente excelente que foi capaz de prender Neal Caffrey duas vezes.
Falando em química, não posso deixar de relatar como me encanto cada vez mais com Elizabeth; ela é meiga, compreensível e tem um senso de humor bem sutil. Vê-la sendo a confidente de Peter me agrada bastante apesar de eu achar esse tipo de intimidade profissional um tanto quanto não ortodoxo, considerando que estamos falando de FBI. Mas isso não importa, na verdade; o que quero ver é a presença de Lizzie em todos os episódios e de preferência interagindo tanto com seu esposo, quanto o coitadinho do Neal, que sempre apela pedindo a cobertura dela quando Peter vai dar uma bronca pelas coisas erradas que seu parceiro fez.
Apesar de Peter ter ficado irritado e decepcionado com Caffrey, a verdade é que acredito que ele tenha feito o correto em proteger a identidade de Meilin, afinal de contas, o motivo temporário que mantém Neal com o FBI é a oportunidade que ele tem de investigar o paradeiro de Kate. E se a garota disse que podia ajudá-lo neste assunto, porquê não aproveitar a situação e matar dois coelhos com uma cajadada só? Foi exatamente isso que ele fez, resultando em um fim mais agradável do que podíamos querer.
Lao foi preso e Meilin cumpriu, mesmo que tardiamente, com o prometido a Neal, que era revelar alguma informação que o levasse a identificar o homem por trás do desaparecimento de sua namorada. Com a informação de que um agente do FBI é o responsável por tal sumiço, fiquei, assim como o Neal, repensando nos passos e comportamentos de cada um: Cruz, Jones, o capitão e até mesmo seu parceiro Burke, o qual acredito que seja o responsável. Se Peter realmente for o culpado, imagino que Ellie não saiba e que seu posterior conhecimento pode dar uma desestruturada na relação do casal 20 da série.
Quem vai querer apostar suas fichas? Ou até mesmo dominó, se preferir?
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