Ainda que eu quisesse negar, meu sorriso condenaria minhas impressões que começaram a se formar após esse segundo episódio. A forma com que a série foi conduzida para melhor apresentar sua identidade foi inteligente, sem o abuso de cenas exageradas e contendo o elemento principal de grandes sucessos: a sensibilidade na abordagem dos temas propostos.
Jason tem se mostrado uma excelente escolha para protagonizar esta comédia e eu realmente acreditava que capacidade para isto não lhe faltava. Conheci o ator com seu trabalho em A Garota da Vitrine com Claire Danes e Steve Martin (que também assina o roteiro). O filme é de uma sensibilidade indescritível e conta com a atuação de Schartzman em um nível apesar de estranho, cativante.
Aqui, o ator realiza um trabalho de forma competente, pois ao mesmo tempo em que não abandona sua personalidade estranha e seu jeito desastroso (características comuns em seus trabalhos), Jason acrescente o seu talento cômico, colocando seu personagem em situações divertidíssimas e nonsense como naquela em que paquera incansavelmente as mulheres da academia a fim de provocar uma reação em Gary (o investigado da semana). Depois de ver como Jon realiza suas investigações, acredito que possamos chamar seus investigados, de vítimas, pois é exatamente isso que eles se tornam na mira do ex-escritor.
Situações que me divertem bastante também é como ele se esforça para transformar toda e qualquer conversa em uma reflexão de seu relacionamento com Suzanne; seu comportamento acaba por nos revelar que ele nunca compreendeu a famosa frase: “Tem hora para tudo nessa vida”.
E por falar no relacionamento de Jon e Suzanne, fiquei muito surpreso ao ver que a garota voltou tão rápido. Na término do relacionamento deles no primeiro episódio ficou claro que um dia ela voltaria para o rapaz, já que deixou bem explícito que ainda o amava, mas não imaginava seu retorno tão cedo assim. Se as bizarrices de Ames mostradas até então já não eram suficientes, fomos forçados a conhecer seus bilhetes de amor para a gatíssima Suzanne. Uma pena não termos visto mais de sua veia literária, mas até que foi por uma boa causa, seu inseparável, detestável e nojento amigo Ray interrompeu esse momento.
Convenhamos que o cartunista beira a insanidade com seus comentários esdrúxulos e asquerosos; vê-lo em sua primeira colonoscopia rendeu momentos hilários, principalmente sua discussão com o amigo no trem sobre quem seria o ativo e quem seria o passivo da relação dos dois; se fosse verdade o que o médico cogitou (de que seriam um casal gay). E não podemos esquecer do cartoon feito por Ray sobre seu exame e também do médico dizendo “Ire encontrar todos os seus tesouros”; foram as melhores passagens de todo o episódio, sem questionamentos.
A trama envolvendo Ames e seu editor chefe, George, para mim continua sendo o menos relevante no contexto geral da série, sem contar que ainda não consegui dar um esboço de sorriso sequer quando o “cabeleira prateada” está em cena. Espero que sua presença seja melhor utilizada, já que de todo o elenco, o intérprete de George é o mais gabaritado da turma.
The Alanon Case foi o primeiro passo para que Bored To Death fosse vista de forma diferente por este humilde Crítico. Definitivamente, minhas esperanças para a série ficaram muito mais elevadas, mas meu posicionamento crítico me impede de abraçar a causa tão cedo. É preciso provar mais, continuar exagerando e adquirir um ritmo contínuo para que não só eu, mas todos os espectadores, compreendam e percebam que HBO ainda deve ser mais do que respeitada. Deve ser idolatrada.
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