A princípio, quando me deparei com Misfits, apesar de ter adorado seu estilo fiquei preocupado que ela viesse a se perder no caminho por causa de sua peculiar ousadia, mas após este terceiro episódio, começo aos poucos, a acreditar que a série possa ter futuro. Com o drama todo voltado para Alisha e seu poder pouco ortodoxo (comparando-o com os que já vimos em The 4400, Heroes e X-Men), tivemos a oportunidade de enxergá-la de forma diferente; posso arriscar a dizer até que me emocionei e fiquei com pena da personagem.
Alisha foi uma das poucas personagens, se não a única, que não havia gostado muito, ainda que a performance de sua intérprete fosse bastante convincente. Ela era fútil, sem conteúdo, e depois de Nathan, era a garota mais perturbada da série.
Minha opinião mudou depois de ver que ela sofre mais com seu poder, do que quando não o tinha. Para quem ousar se colocar no lugar da garota, provavelmente pensará que é um poder e tanto estimular a libido dos outros, mas pense nisso a longo prazo. Foi esta reflexão que os roteiristas de Misfits trouxeram neste episódio.
Como viver e se socializar com outras pessoas se ao tocá-las elas agirão contra sua própria vontade e sem obedecer sua própria moral? Como você poderá tocar, beijar ou apenas ganhar um abraço carinhoso de alguém se ao tocá-lo ele não mais a verá como um ser humano, mas sim um objeto de realização sexual?
Alisha provavelmente está bastante perturbada por estes questionamentos e é muito triste vê-la impotente diante da situação. O alívio que temos neste caso, se dá por sabermos que com o tempo eles irão controlar suas habilidades e poderão utilizá-las em momentos oportunos e na dosagem certa.
Digo dosagem porque acredito ser exatamente isso o elemento necessário para que Alisha transforme seu poder em um habilidade de persuasão; afinal de contas, por mais que queiramos negar, está nas veias da garota o apetite sexual selvagem e sem limites; seu poder só está potencializando o que já existe.
Ademais, tivemos Nathan mais uma vez tentando descobrir seus poderes, sem muito sucesso. Tivemos também o frenesi dos jovens em sumir com o corpo do instrutor de vez.
E falando em instrutor, descobrimos que a nosa supervisora pode não ser tão manipuladora e calculista como imaginávamos; ela está apenas atrás de justiça, e por isso não podemos crucificá-la.
Desculpem-me pela falta de enfoque nas tramas paralelas deste episódio, mas há tempos que eu já vinha querendo escrever sobre a habilidade de Alisha, por isso ela acabou ganhando mais destaque no texto.
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