30 de nov. de 2009

Misfits - 1x02 - Epísódio 2

 

A sutileza e o exagero fazem da produção um grande atrativo bem equilibrado tanto para os fãs de estórias fantasiosas quanto para os aficionados por dramas reais e profundos. Misfits pode não agradar gregos e troianos, mas ao menos tem a aprovação da grande maioria. Para os que se incomodaram com a bizarrice das estórias, no segundo episódio nada muda. O grupo de desajustados encontra o padrasto de Nathan nú em um túnel, Nathan apaixona-se por uma linda jovem em um lar de idosos e Simon aos poucos começa a se expor mais a fim de não ser um completo invisível. E isso tudo acontece com o risco de grande segredo do grupo vir à tona.

Neste segundo episódio tudo começa quando os jovens, durante uma coleta de lixo, encontram um homem completamente nú deitado no chão de um túnel e para a vergonha de Nathan, este homem é o namorado de sua mãe. O garoto perturbado até tenta abrir os olhos de sua mãe, mas como sua criatividade e o desejo constante em vê-la sozinha  e infeliz nunca deixaram de incomodá-la, a mulher decide não acredita nas idéias de seu filho e mais uma vez o expulsa de sua vida. Não tem como julgarmos tal atitude; assim como não podemos condenar esta mãe por esbofetear Nathan quando este não cansa de insultar à ela e seu companheiro. O personagem deve agradecer por esta trama, já que foi uma das melhores no quesito drama, colocado na série.

Mas como a vida desta garoto não deve ser fácil mesmo, ele ainda apaixona-se por uma garota que aparece misteriosamente em uma casa de idosos quando ele e seus amigos têm de cumprir a tarefa de fazer companhia e entreter os velhinhos do local. Qualquer um se perguntaria porque isso seria um fardo, já que a garota é linda de morrer (apesar dos seios parecerem gemas cruas de ovo); mas fato é que a fácil atração dela pelo bizarro jovem se deu por ela não ser aquela belezura toda. Quando ele adentrou a casa de Ruth comecei a desconfiar, pois a casa estava muito bem adaptada para pertencer a uma senhora que tem uma neta (se realmente tivesse, não precisaria de adaptações na casa, já que a neta a ajudaria em muitas das tarefas).

A cena do sexo foi engraçada sim, ainda mais pelos ovos que citei anteriormente. Mas acho que vê-la voltando a sua real forma (a de uma senhora) foi mais bizarro do que engraçado (ao menos para mim). Fiquei muito mais emocionado do que impressionado. Ele não quis aceitar e até posso entender suas razões, mas tratar da forma que fez foi um pouco de maldade; afinal de contas ela estava na sua forma jovem se explicando, custava ele ouví-la um pouco? Se ele já tivesse descoberto seus poderes, com certeza daria mais ouvidos às explicações.

Engraçado mesmo foi Alisha tirando sarro dele por ter feito sexo oral nas pelancas da velhinha; mais perturbador é imaginar a cena como eu fiz (argh!). Apesar das “zuações” da turma, Kelly se preocupou com o rapaz e isso ao menos nos mostra que a garota pode vir a ser a mais madura de todos.

Falando em maturidade, isso é algo que Nathan precisa aprender, pois não havia necessidade dele ignorar o Simon como fez; o garoto é o único que não tem um amigo e sempre está disposto a contribuir e ajudar qualquer um. Como é típico de pessoas solitárias, Simon se diverte durante horas nas salas de bate-papo e em uma das noites, uma suposta garota se interessa em conversar com nosso menino tímido.

Se juntarmos as peças do quebra-cabeça deste episódio, logo perceberemos que é a nova supervisora a responsável pelos avisos colocados nos armários de Curtis e Nathan (já que possui a cópia de todas as chaves do local), assim como as mensagens que Simon vem recebendo (lembrando que ele publica constantemente os vídeos que filma). Se alguém ainda tem dúvidas sobre o assunto, acredito que precisará de uma boa teoria para tirá-la do posto de “maníaca vingativa”. A verdadeira pergunta a ser feita é: quais os motivos que tem levado a supervisora a perseguir os jovens? Ela é a verdadeira substituta do supervisor assassinado?

Sei que poderia ter feito há dois parágrafos anteriores, mas preferi deixar para o final, meus comentários a respeito da despedida de Ruth. Acredito que meu interesse e gosto pela série advém da capacidade que os roteiristas possuem em manter o clima nonssense em uma cena que deveria ser essencialmente dramática. A morte de Ruth me entristeceu sim e por questões de segundos não derrubo algumas lágrimas; fui interrompido pela hesitação de Nathan em beijá-la, o que tonaria o personagem muito mais humano e menos ridículo e odiável como vem sendo.

Mas se não pudemos vê-lo evoluir nesta passagem, ao menos pudemos vê-lo fazendo as pazes com sua mãe, que mesmo sabendo a verdade sobre seu namorado, decide ficar ao seu lado. Isso sim já é uma grande evolução para o personagem. Minha única crítica é a trilha sonora que embalou a decepção de Nathan e a despedida de Ruth, pois foram utilizadas músicas, ainda que apropriadas para o momento, completamente díspares entre si e que não me permitiram me emocionar mais ainda (tenho ódio mortal por qualquer elemento que me tire a emoção… pronto, falei, gosto de chorar mesmo, rsrs).

Misfits ainda tem se mostrado uma boa surpresa e uma excelente série para se acompanhar, mas talvez seja cedo para ovacioná-la, já que encontra-se apenas em seu terceiro episódio (o qual em breve terá sua review aqui). Fato é que a série capaz de chocar e emocionar com um tratamento original de um tema clichê.

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