20 de jan. de 2010

Heroes - 4x16 - Pass/Fail

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Episódio mediano pelo conjunto da obra, que prepara o terreno para um grande embate. Minhas grande preocupação quando se trata de Heroes é que a preparação seja demasiada elevada e superestimada ao ponto de deixar todos com expectativas acima do que realmente teremos no fim. Ainda que com esse receio, arrisco a dizer que a série está no caminho certo, mesmo com seus deslizes.

Seria ingenuidade minha assumir que a série recuperou todo o seu prestígio da primeira temporada, mas também confesso ser excessivamente ridículo ficarmos comparando o trabalho de Fuller com o de Kring.

Um exemplo de toda a trajetória que a série vem seguindo é o personagem Hiro Nakamura. Sua presença sempre foi muito marcante e mesmo que agindo como coadjuvante inúmeras vezes, tivemos em Pass/Fail a discussão a respeito de suas decisões nas vezes que interferiu nos fatos da história.

Todos concordamos que mexer o tempo é um trabalho árduo e por mais que o desejo de trabalhar com tal tema seja constante, muitos cineastas, roteiristas e produtores, preferem não se arriscar nesta viagem. Neste episódio, Hiro está a um passo de se encontrar com seu pai do outro lado da luz, mas não somente companheiros vivem deste lado. Adam Monroe retorna ao seu papel e consegue cumprir, mesmo que de forma batida, a figura de “pedra no sapato do japinha”.

Toda uma expectativa criada com a doença de Hiro e seu provável morte na série foram completamente destruídas com o beijo miraculoso de sua falecida mãe. Não tiro o mérito da passagem que foi bonita e de uma fotografia sensível e condizente, mas simplesmente acho que foi um desperdício de tempo todo o dramalhão em torno de sua sobrevivência.

Mas dito minha revolta com a repentina cura de Hiro, volto meus olhares para Claire e sua saída do armário.

Já não era sem tempo da garota se entregar à “amizade colorida” de Gretchen, mesmo que milhares de “machos alpha” tenham odiado a simplória cena das mãos dadas como representação do amor das garotas. Temos que nos lembrar, todavia, que Heroes é uma série dramática que visa o enfoque nos dramas pessoais com relação às habilidades que cada um possui. Não estamos em um Grey’s Anatomy onde um beijo entre as garotas faria total diferença. E por este motivo é que minha crítica é positiva: pelos produtores não apelarem com um beijo lésbico a fim de angariar números na audiência.

E não é que com todo o papo cabeça entre Claire e a fake Gretchen, a ex-líder de torcida conseguiu dar as respostas que Sylar queria. Não quero parecer contraditório, pois quem me acompanha nas reviews sabe que não sou um dos fãs da loirinha, mas seria injustiça minha não lhe dar os devidos parabéns por sua química ao lado do vilão. Não é de agora que ambos vivem se encontrando; tudo começou na inesquecível e bem feita primeira temporada quando a única ambição do relojoeiro era absorver o poder de regeneração de Claire.

Por fim tivemos a oportunidade de conhecer a tão misteriosa Vanessa, paixão de infância do vilão Samuel. E aquilo que há tempos vem criando expectativas, mais uma vez, como é figurinha repetida em Heroes, não acrescentou nada à trama. Sua participação foi ridícula e mais ridículo ainda foi o fato dela em um segundo se mostrar revolta com seu sequestro e no outro já estar se agarrando ao seu sequestrador. Nem mesmo a Síndrome de Estocolmo não a faria mudar de comportamente tão rápido; somente Kring mesmo para conseguir essa façanha.

Com um Samuel revoltado e louco para deixar todos os seres viventes sofrendo da mesma forma que ele está no momento é a forma que os roteiristas encontraram de dar um encerramento neste episódio; que apesar de ter cartas excelentes na manga para serem usadas, as desperdiçou com respostas banais.

Por mais que eu repita meu mantra pessoal de que toda série foi feita para criar expectativa, não é possível fecharmos os olhos para o talento natural de Tim Kring em estragar tramas boas e com potencial. Se no começo desta temporada tinha uma crítica positiva com todo o lance de Matt e Sylar brigarem no cérebro do telepata e a batalha constante de Nathan com sua auto-afirmação como indivíduo completo, hoje a série se apresenta meio perdida mais uma vez.

Sina? Talvez. Como fãs e escravos dessa série só podemos desejar um final decente e bom senso aos produtores que devem urgentemente revelar ser esta a última temporada de Heroes.

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