“Você queria o prêmio; você queria o cargo. Então desfrute os despojos”
Começo minha review pedindo desculpas pela demora da mesma, mas dito isto, vamos ao trabalho.
Esta frase dita por Peter a Glen nos garante de forma subliminar a inocência de Florrick e agora sim me permito dizer que posso vê-lo com bons olhos; já que a série cumpriu com seu papel em nos deixar no escuro quanto a inocência ou culpa do ex-promotor no escândalo que o colocou atrás das grades.
Mas o que deu origem a toda esta discussão foi a esposa de Glen Childs que, alegando possuir informações delicadas sobre o caso Peter Florrick, “obriga” Alicia a se juntar a seu advogado para a anulação de seu acordo pré-nupcial. Talvez por possuir um motivo tão fraco, como o cancelamento do acordo, a trama tenha me parecido um tanto quanto irrelevante.
Entretanto, não podemos fechar os olhos para o suspense e tensão que a possível revelação destes segredos foi capaz de causar em nós espectadores. Só que já não bastasse a motivação broxante da cliente de Alicia, a mulher ainda teve a petulância de nos dizer apenas que Glen havia grampeado os telefones da família Florrick.
Ainda que por um meio imprevisível, The Good Wife nos presenteou com o embate de Alicia e Glen em uma passagem estupenda. Childs não aguentou a pressão e revelou ser a fonte das informações que estão nas mãos do filho de Alicia; muito me impressiona que ela não tenha acreditado no promotor, já que sabe da insistente vontade de seu filho em ter a verdade sobre seu pai revelado.
E se a tensão toda entre Childs e o casal Florrick não foi suficiente para os fãs do programa, ainda tivemos um dos casos mais ousados da série até o momento. Com uma frase de efeito brilhantemente contextualizada, Rascoe dá um tapa em nossa cara ao se mostrar capaz de enfrentar Will e Diane no mesmo nível de ferocidade.
“Promotores têm que convencer o júri. Sou um comentarista; tenho que convencer somente a mim mesmo”
Verdades como esta são ditas a todo tempo, mas em Infamy teve um valor colossal, pois trouxe a tona o debate de dois tópicas escandalosos: o direito de se expressar e o de sigilo de fontes.
Acredito que a revolta contra a mídia neste episódio foi unânime; ainda mais quando temos crianças envolvidas no meio de tanta sujeira e corrupção, maldade e falta de escrúpulos.
O roteiro visceral de Infamy foi de encontro com todos os valores morais e éticos que podemos ter e só por isso o episódio já merece ser reconhecido. Juntando a isso as brilhantes atuações de Christine Baranski, Titus Welliver e Julianna Margulies, me arrisco a dizer que The Good Wife tem garantido episódio após episódio sua sobrevida na televisão americana.
PS: As revelações feitas por Rascoe envolvendo a sexualidade de Diane provavelemente não dará em cada; em compensação, a de Will e Alicia terem um caso podem vir a balançar as estruturas do escritório e também da prisão.
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