The Good Wife - 1x10 - Lifeguard

Intenso, polêmico e promissor são adjetivos que resumem bem este décimo episódio da melhor série dramática estreante de 2009. Tais elogios não se aplicam única e exclusivamente ao episódio Lifeguard; The Good Wife vem colecionando boas críticas ao nos apresentar seus personagens e tramas simples de uma forma original e bem trabalhada. Se a presença de Stern no episódio anterior nos trouxe uma discussão ética pesada, esta semana tivemos um aprofundamento muito maior do tema, no qual Alicia questionou a integridade e a imparcialidade de um juiz diante de um caso da vara juvenil .

A princípio pensei que o caso não seria o carro chefe da trama, mas ao vermos o juiz Baxter condenando um garoto praticamente inocente à 9 meses de detenção, ficou bem claro que muita poeira seria levantada para corrigir um erro tão aparente, explícito e vergonhoso.

Ver Alicia no tribunal acabando com seus adversários é sempre muito agradável; e para os que pensaram que isso não poderia ficar melhor, pensem em uma situação em que Alicia não queira usar as informações off record de seu marido, nem contar com ajuda do sempre solícito e duvidável Will. Isso por si só já seria mais do que agradável, mas como a série não deixa de surpreender em todos os momentos, a associada júnior decide arriscar um pedido de ajuda para Diane, a qual nunca demonstrou interesse no sucesso da associada de Will; e ainda por cima, Diane vinha sendo preparada para concorrer à vaga de juíza (assunto que tratarei mais à frente).

A Boa Esposa é sempre muito inteligente e corajosa em seus casos, sabendo dosar os momentos de ataque e de recúo de forma magistral. Quando Baxter decidiu colocá-la contra a parede em seu “camarim” achei um golpe muito baixo da parte do juiz, que com isso só quis esfregar na cara dela que não era racista.

Mas antes ele fosse racista do que descobrirmos que era um hipócrita que tanto bate no peito por ser um cara correto, à favor da justiça e da boa moral. A revelação dele ser um viciado em jogatina não me chocou tanto quanto eu imaginava que o faria, mas a reação dos demais advogados e juízes que vinham encobertando Baxter sim. Pelo comportamento do pessoal, eu jurava que eles já imaginavam o problema do juiz viciado.

Até mesmo Diane, que recebera um convite para concorrer ao cargo de juíza, tomou as dores de Alicia e bateu de frente com seu sócio Will; cena memorável do episódio (aliás, sempre que ambos discutem é um show a parte). Ver que Diane se importa com a justiça mais do que seu próprio sócio, só serviu para corroborar minhas suspeitas de que o protetor de Alicia não passa de um figurão tentando levar vantagem sobre às pessoas até que possa assumir toda a firma sozinho.

A exemplo de outra série jurídica, Eli Stone, já podemos prever que a separação de Diane e Will pode vir a ser uma catástrofe econômica, já que a firma precisa desses opostos para funcionar 100%; Diane está em busca da justiça e sempre preocupa-se com o bem estar dos outros (neste caso, de seus associados), enquanto Will só busca o dinheiro e pouco se importa se as decisões que toma, prejudicará outros.

Enfim, Lifeguard conseguiu tratar um assunto delicado dentro do meio jurídico com maestria; depois de assistir o episódio me questionei e cheguei a conclusão de que trabalhar com tal tema foi bastante corajoso por parte os roteiristas. Creio que eu e muitas pessoas, julgariam ser muito cedo para a apresentação desta trama. Felizmente, os roteiristas são mais do que eficazes em seu trabalho e não tem nos desapontado no decorrer destes dez episódios de The Good Wife.

Agora basta torcermos para que a série e sua protagonista venham a ser reconhecidas pelo excelente conteúdo que trouxeram à televisão americana. The Good Wife continua firme e forte, e apesar de amá-la, acho que é necessário um episódio duplo com direito a cliffhanger e um final bombástico. “Eventos da Temporada” sempre me chamaram a atenção e em minha humilde opinião, são estratégias perfeitas para alavancar o sucesso de um programa.