11 de nov. de 2009

White Collar - 1x02 - Threads

Em um passe de mágica todo o encanto pela série se esvaiu e o sentimento de perda reinou de forma gritante neste simplório comentarista. Pode parecer cafona eu me expressar desta forma, mas confesso que estou tentando amenizar a situação agindo assim.

Não sei o que aconteceu e nem porque aconteceu, mas fato é que White Collar aparentou outra série neste segundo episódio, prejudicando bastante minha opinião a seu respeito. Na season premiere, se mostrou uma mistura de thriller com diversas sacadas engraçadas e interessantes aqui e ali. Pois é. O suspense desapareceu, as piadas enfraqueceram e tudo o que nos restou foi o famoso “mais do mesmo” (acho que venho utilizando muito este termo no último mês).

A primeira mudança realizada e que muito me desagradou foi a retirada de Marsha Thomason no papel de assistente/aprendiz, Diana Lancing. Minhas expectativas para a personagem eram inúmeras e sem contar que o episódio realmente me fez acreditar no entrosamento do trio Burke, Ceffrey e Lancing. Os roteiristas decidiram pela sua retirada e a entrada de Natalie Morales como a Agente Lauren Cruz que ao meu ver não mostrou nada de interessante e nem instigante; pelo menos não em Threads. Outro personagem acrescentado foi Jones que simplesmente não foi apresentado e ainda assim apareceu em quase todas as cenas dos longos 41 minutos.

Minha simpatia conquistada no Pilot foi aos poucos se tornando em um grande pesadelo. Tudo começou com uma semana corrida para Burke que se mostrou inconformado com a semana de moda que vinha ocorrendo. A cidade se encontrava em uma loucura, mas isso nas palavras dele, já que para mim continuava a mesma coisa; se prestarmos atenção veremos que há míseros seis figurantes na cena e ainda assim o agente continuou reclamando. Meu receio de que Peter Burke se tornasse um personagem caricatural foi tomando forma até que chegou no limite quando Caffrey tentou ensinar uma pose de bad ass para seu parceiro enquanto abordava um suspeito.

Por falar em Caffrey, onde está aquele cara ultra simpático pelo qual fiquei hipnotizado? Ele deve ter sido abduzido pelo tripulação da nova série V. Não estou dizendo que Bomer e DeKay sejam péssimos atores, pelo contrário, são ambos excelentes e cumpriram seu papel na trama. É visível que o grande erro está no caso da semana, pois até o fim do episódio não consegui me convencer de que Ghovat fosse um criminoso ameaçador e muito menos que esse tipo de caso (simplório) devesse ser da alçada do FBI.

A imagem que eu tenho de uma unidade do FBI vai muito além do que solucionar simples casos de assassinatos como aconteceu em Threads. Depois de ver casos da agência em  Fringe, Bones e Supernatural (ok, eles mentem, mas ainda assim conta), fica difícil acreditar que seja a mesma agência em que o Agente Especial Peter Burke trabalha.

Se ainda temos algo a nos agarrar na série é a relação de Burke com sua esposa, a qual não sofreu nenhum tipo de alteração; Elizabeth continua se mostrando uma personagem interessante, estonteante, e acima de tudo, relevante para a série. Apesar do roteiro não ter trabalhado mais a fundo o incômodo de Peter com o presente de sua esposa, a atriz soube dar o tom dramático que a cena precisava quando ela, criativamente, lhe devolve o antigo relógio. A química presente entre o casal é invejável.

Outro pequeno acerto é a amizade entre Mozzie e Neal que vem ganhando força e estabilidade com apenas dois episódios. A informação acrescentada foi de que Neal confiou a localização de seus bens ao amigo e a namorada, dando a entender que os dois eram os únicos que possuíam certa intimidade com o novo consultor do FBI. A princípio, pensei que Caffrey seria aquele tipo de personagem que sempre tem um contato/conhecido nas horas mais convenientes para lhe ajudar, mas sou levado a acreditar que talvez ele não seja tudo aquilo que eu imaginei. Ao menos ele continua sendo inteligente, perspicaz, galanteador e observador, o que já contribuiu para não acabar com tudo pelo o quê nos apaixonamos na apresentação da série.

Devido a tantos erros, não posso me prolongar no comentário deste episódio; poucas coisas chamaram a atenção, mas pelo menos conseguiram deixar o episódio a um nível mediano. Não acrescentou nada de interessante; perdeu um pouco o rumo em certos departamentos, mas ainda espero e acredito que seja possível recuperar a excelência nestes quesitos. White Collar deu sua primeira derrapada na sua jornada e tendo em vista que está apenas começando, seria interessante que fosse gasto um pouco mais de tempo na preparação dos episódios.

E você? O que achou do episódio, dos cortes, dos novos personagens e dos que permaneceram?

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