28 de nov. de 2009

Misfits - 1x01 - Pilot (Series Premiere)

Mais uma boa surpresa com adolescentes e poderes na terra da rainha.

Misfits conta a história de 5 jovens que após receberem uma descarga elétrica durante uma tempestade extremamente incomum, adquirem poderes. Uma sinopse como essa poderia assustar alguns fãs de séries que geralmente se lembrarão de Heroes que abusa dos efeitos especiais e peca na continuidade de sua trama; e No Heroics, um comédia pastelão que tentou apresentar, em forma de sátira, a vida de pessoas com super-poderes.

A verdade é que a série britânica mais lembra outro programa da terra da Rainha, a polêmica e bem sucedida Skins, que soube retratar de forma única, o estilo de vida de adolescentes da Inglaterra. Em seu primeiro episódio, Misfits já abusa da liberdade em tela ao nos mostrar uma das personagens simulando sexo oral; e também ao apresentar um dos protagonistas como um garoto rebelde, boca suja, e que é capaz de intimidar até a própria mãe. Mas vamos ao que interessa, que é falar de forma mais profunda sobre a estréia deste novo programa.

Misfits me conquistou desde o primeiro momento pelo simples fato de ser uma série britânica, que na maioria das vezes, prima por um roteiro melhor trabalhado em detrimento de um show de pirotecnia gratuito. Toda a abertura com eles se vestindo e arrumando foi bem pensada, pois dá o clima necessário de maturidade e seriedade que a série precisará para não cair no erro de ser mais uma sátira mal feita. Gostei da forma com que fomos apresentados aos personagens, todos de uma só vez; assim pudemos já ter alguma empatia ou antipatia por esse ou aquele. Os nomes de cada um ainda são difíceis de lembrar, mesmo porque não tivemos tempo para isso, mas posso dizer que já tenho alguns apelidos: o pervertido Nathan (The Perv), a oferecida Alisha (Pussy Girl), o nerd Simon (Geek), o ex-corredor Curtis (Black Star) e a sapata Kelly (Truck Driver); sem contar o “mano”, o qual não posso considerar como parte do grupo por motivos que discutiremos mais a frente.

Os indivíduos acima formam um grupo de jovens que trabalham em um tipo de projeto de voluntariado como forma de punição por crimes ou delitos que cometeram. Durante uma tarde comum de trabalho inicia-se uma tempestade do nada e todos, com exceção do maloqueiro, são atingidos por um forte raio, o qual será responsável por uma grande mudança na vida de cada um dos personagens.

A partir daí é que as coisas ficam interessantes; o supervisor começa a sofrer com espasmos; Kelly desenvolve a habilidade de escutar o pensamento das pessoas e até dos animais (aliás adorei o cachorro pervertido… Só me pergunto se ela é capaz de escutar as plantas, já que também é um ser vivo). No dia seguinte à tempestade, Simon descobre que pode ficar invisível e Nathan é expulso de casa.

O que faz de Misfits uma série diferente é que ela apresentou um piloto com ritmo agitado e soube construir bem a personalidade de cada personagem. Os efeitos especiais estavam agradavelmente presentes e bem distribuídos. As interpretações são bem convincentes, apesar de haver um ou outro clichê (coisa comum em séries teen). Mas tornar o chato do supervisor em um monstro e fazê-lo assassinar um dos seus jovens foi uma virada muito agradável e que talvez tenha dado fio condutor da série. Outra storyline que me chama a atenção é a do relacionamento Nathan com sua mãe; essa expulsão pode ter acontecido um pouco cedo demais, mas ao menos foi o que me fez achar o personagem útil para o programa, já que ele me irrita demais.

A cena de Alisha simulando o sexo oral foi bem explícita e corajosa (e provavelmente o que mais faz nos lembrar do estilo de Skins), e a sequência desta passagem com Kelly fugindo e toda a discussão sobre a possibilidade deles terem poderes me chamou a atenção também. Como podem ver, já sou fã de carteirinha da série; ao menos pela apresentação.

Mas se a série não foi capaz de convencer os espectadores até este momento, ela o faz com maestria na forma em que apresenta o poder de “visão do futuro” de Curtis; a melhor habilidade e mais útil apresentada até o momento (seguido por Simon e Kelly). Em seguida, descobrimos o poder engraçadíssimo de Alisha, e também percebemos o quanto temos de ser criativos para imaginar a utilidade dele no campo de batalha. Pronto, todos os poderes foram revelados com exceção de Simon, que aparentemente fará de tudo para descobrir sua real habilidade; até pular igual idiota ele já tentou para testar a possibilidade de poder voar.

Não faço a mínima idéia de como se dará a evolução dos personagens e como será apresentado os obstáculos que o farão desenvolverem melhor suas habilidades e usarem-na de forma mais eficaz. Pelo menos no episódio piloto, Kelly colocou seu instinto de sobrevivência para poder matar o supervisor; o que me soa muito mais original do que usar algum poder do qual nem fazem idéia de como funciona. A decisão do grupo foi enterrar o colega “maloca” junto com o supervisor e levarem este segredo para o túmulo; o que me pareceu uma idéia aceitável de Simon já que ninguém sugeriu uma melhor.

Misfits ainda tem muito para nos mostrar para que tenhamos um posicionamento mais concreto e melhor justificado. Espero que a série vingue já que sou muito fã de efeitos especiais, magias, poderes e afins. Pelo piloto apresentado a série conquistou meu interesse de continuar acompanhando-na, mas quero deixar claro e lembrar a todos que nem sempre uma boa apresentação, um excelente Pilot, é capaz de manter uma série no ar por muito tempo. É preciso ter um roteiro inteligente, não cair no erro de continuidade e manter o nível das atuações sempre evoluindo. É exatamente isto que estou esperando deste novo programa. E você? Já assistiu Misfits? Não perca tempo e vá conferir, pois ela aparenta ser promissora e ter potencial.

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