The Good Wife - 1x05 - Crash

“Eu sei como isso funciona. Faremos jogos mentais uma com a outra, desestabilizar. Posso lhe dar um pequeno conselho? Depois dos últimos 7 meses, estou vacinada”. Alicia não poderia agir de melhor forma com relação às inúmeras alfinetadas que o resto do pessoal insiste em dar aqui e ali. Esse posicionamento diante de situações constrangedoras e desnecessárias é que dão um toque diferente à série, pois permite nos mostrar como a sutileza cabe em qualquer casa, em qualquer problema, em qualquer relação, seja ela de amizade, amor, ou ódio.

Quando falamos a respeito de sutileza não tem como não remetermos as situações que também envolvem discrição e na trama que envolveu Diane e Kalinda, pudemos presenciar novas personagens advindas de ambas. Diane, pela primeira vez, se mostrou uma pessoa sensível e que apesar de toda a dedicação que aplica em sua vida profissional, não esqueceu-se de levar uma vida social. O grande erro dela como ser humano é o mesmo de muitas pessoas, que acreditam que seja fácil juntar a vida social com a profissional para viverem em harmonia dentro de quatro paredes. Este desafio nunca foi e nunca será fácil para ninguém.

O que gostei de ver em Diane em Crash, é que ao contrário do que imaginei a princípio, ela não é de toda ruim; chamou Kalinda de canto e lhe pediu um favor de forma bastante sutil e envolvendo o nome da firma (algo um pouco antiético, mas que pôde ser perdoado ao fim). E de tudo isso, o mais interessante é que ao perceber a infidelidade de seu affair, mantem sua lealdade com a empresa que representa; ela poderia muito bem desconfiar da investigação realizada por Kalinda, mas compreende a eficácia e a seriedade com que esta realiza seu trabalho.

E falando em Kalinda, posso dizer que me impressionou ver que sua lealdade pertence a empresa também e não a Alicia, como acredito que muitos possam ter cogitado até o presente episódio. O trabalho realizado pela investigadora me impressiona cada vez mais; sua discrição, criatividade e capacidade de assimilação, fazem jus a toda a equipe da firma.

Crash, definitivamente serviu para que fosse colocados os “pingos nos i’s”, pois se já não bastassem Diane buscar informações a respeito de Overby, Alicia, finalmente, jogou limpo com Jackie e a colocou em seu lugar. A sogra jamais deveria ter levado seus netos para verem o pai, pois a decisão cabia , unicamente, a Alicia e Peter; e se ouviu um belo de um sermão da nora, é porque ela estava procurando por isso. Como diz o famoso ditado popular: “Quem fala o que quer; ouve o que não quer”.

Adicionando a todas estas excelentes tramas, a associada júnior ainda teve de tomar a difícil decisão de fazer uma mulher passar por tudo o que passou com a traição de seu marido. A verdade é que eu não vejo exatamente desta forma, uma vez que a mulher tinha conhecimento da transformação de Sra. Florrick Dona de Casa, para Sra. Florrick Advogada de Defesa; ou seja, a revelação dos podres do marido só lhe trouxe mudanças que, no fim de tudo, serão considerados como excelentes propulsores de auto-suficiência. Alicia Florrick é uma mulher independente agora e não depende de ninguém para lhe emprestar este título.

O episódio Crash veio para nos fazer refletir sobre o efeito que a “verdade nua e crua” pode trazer a nossas vidas; ainda nos impulsiona a discutirmos a importância de mantermos certos assuntos fora do radar. Algumas verdades necessitam desta camuflagem e uma delas é o carinho que só vem aumentando entre Will e Alicia. Basta saber até quando ambos considerarão o passado um do outro para não seguirem caminhos que os farão ficar arrependidos posteriormente. Se em seu quinto episódio o foco nesta relação já está popular, imaginem até o fim da temporada.